A Síndrome da Boazinha – Os Sete Deveres Fatais da Agradadora Compulsiva

Olá!

Quando somos agradadoras compulsivas criamos muitas expectativas em relação ao modo como as outras pessoas devem nos tratar.

Harriet B. Braiker em seu Best- Seller : A Síndrom e da Boazinha, a autora lista Sete Deveres fatais da Agradadora Compulsiva que são exigências ou expectativas em relação ás pessoas que nos cercam:

1- As pessoas devem ser gratas a mim e me amar por todas as coisas que faço por elas.

Posso dizer por experiência própria que não serão e para sua decepção, não devem ser.

2-As pessoas devem gostar de mim e me aprovar pelo quanto me esforço por elas.

Não se iluda. Elas não te amarão por isto ou não somente por isto e se amarem exigirão um preço alto em troca.

3-As pessoas não devem me rejeitar ou criticar já que sempre tento corresponder aos seus desejos e expectativas.

A opinião das pessoas não te define mas você também não pode se achar a dona da verdade. Aceite críticas. Elas nos impulsionam a mudar e a enxergar nossos erros.

4- As pessoas devem ser boas e atenciosas comigo em retribuição ao quanto as trato bem.

Volto a afirmar que as pessoas não serão e não são obrigadas a serem.

5- As pessoas jamais devem me magoar ou me tratar injustamente, já que sou tão legal com elas.

Querida, as pessoas vão te tratar mal e magoar sim e talvez você não seja assim tão legal quanto pensa que é.

6- As pessoas não devem me deixar ou abandonar,já que faço com que elas precisem de mim.

O mundo não vai parar por sua causa. Ele continuará existindo.

7- As pessoas jamais devem ficar com raiva de mim, pois faria qualquer coisa para evitar conflitos ,raiva ou confrontações com elas.

E com isto vamos cumulando rancor, ressentimentos, assuntos mal resolvidos e úlceras nervosas.

“Lembre-se que não importa o quanto tente,você NUNCA vai impor sua vontade ao mundo.

Quando você persiste em expectativas rígidas sobre os outros, o mundo ou a vida em geral deveria ser, isto gera frustração, desencorajamento ou sentimentos ainda piores”. (Trecho retirado integralmente do livro).

♥♥

Imagem: Pixabay 

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Síndrome da Boazinha. Você tem?

Olá!

Há algum tempo atrás eu estava batendo perna na livraria do shopping com meu namorado( hoje marido) quando me deparei com um livro que parecia ter sido escrito para mim:

A síndrome da Boazinha- Como curar sua compulsão por agradar

Não pensei duas vezes e comprei hahahahaha

A verdade é que eu sempre fui considerada boazinha por todos. Aquela que está sempre ali disposta a ajudar. O que as pessoas não sabem ou talvez ignorem é que isto me traz muito sofrimento. Hoje eu lido melhor com este impulso em agradar mas ainda assim em muitos momentos me vejo em crise de abstinência novamente.

Existe uma linha muito tênue entre ser boa e ser feita de trouxa. E para mim esta linha sempre foi bem frágil. Vou contar aqui uma das muitas histórias de como essa minha disposição em dizer sim para tudo me levava a ser feita de trouxa:

Uma amiga minha (bem,hoje vejo que está mais para colega) estava conversando comigo pela whatzapp quando eu perguntei se ela queria umas roupinhas usadas da Helena para a neta dela que ia nascer daqui pouco tempo. Ela disse que sim! Que a neta não tinha nenhuma roupinha sequer. Eu então comecei a juntar umas roupas da serumaninha que na época estava com um aninho de idade. E juntei muita coisa! Roupas, acessórios. Tudo bem novinho com pouco uso. Minha “amiga” ficou muito feliz e a filha dela mais ainda!

Até aí ok. Fiquei feliz também em ajudar.

Pouco tempo depois esta mesma pessoa veio me pedir ajuda para fazer uma lembrancinha para o chá de fraldas da neta. Ela disse que havia ganho uns bebês de biscuit mas que eram meninos e queria ver se eu podia transformar em menininha. Bom, lá fui eu tentar pintar a fraudinha do tal bonequinho de biscuit. A coisa não deu muito certo então eu propus fazer outra lembrancinha para ela. E assim o fiz. Um sachezinho lindo personalizado com cheirinho de bebê. E fiz tudo com meu dinheiro. Mas tudo bem. Eu gosto de ajudar. Eu estou feliz em ser útil.

Mandei uma mensagem para ela dizendo que eu não poderia levar as lembrancinhas e se ela poderia vir na minha casa pegar. A pessoa disse que não. Que não tinha como ela ir buscar. Já que eu realmente moro bem longe da casa dela eu disse que a gente poderia se encontrar no centro da cidade. Assim ficaria mais fácil para ambas as partes.Ela recusou novamente e disse que não tinha como e e que a neta ia ficar sem as lembrancinhas do chá.

“Fazer o quê né. Não tem jeito mesmo”. Ela disse.

Bom, lembrando que eu havia feito as lembrancinhas para ela e tudo de graça na maior boa vontade.

No final das contas fiz minha irmã que mora na mesma região que ela vir buscar os sachês. Ela veio de ônibus em um dia chuvoso e eu ainda mandei a decoração do chá de fraldas que eu havia feito. Um varalzinho lindo com o nome da bebê. E fiz tudo isto pela minha incapacidade de dizer não e de entender que quem estava pedindo o favor era ela e não eu.

Este é somente um dos muitos episódios que eu fui colecionando ao longo da minha vida acometida por esta síndrome que talvez também tenha feito você fazer papel de trouxa alguma ou inúmeras vezes. O livro em questão que eu citei acima foi escrito por Harriet B. Braiker e pelo fato de ter se tornado best seller demonstra que não estamos sozinhas no mundo.

” No âmago da síndrome da boazinha está a crença central de que os outros devem vir em primeiro lugar. Como agradadora compulsiva você coloca as necessidades dos outros á frente das suas próprias. É muito provável também que acredite que se não o fizer está sendo egoísta”. (página 70).

Se você se identificou com esta pequena parte do livro é muito provável que você seja ou esteja no caminho de ser uma agradadora compulsiva.

Mas fique calma, há solução para você se libertar desse vício. Vou escrever nos próximos dias aqui no blog e se ser tempo vou fazer até mesmo alguns podcasts para você ouvir enquanto faz suas tarefas ou viaja de carro, ônibus para que possamos juntas refletir e nos curarmos deste mal.

Vem comigo nesta jornada?

Te espero.

Beijos.

A caixa da discórdia

Olá!

Outro dia falei aqui sobre grupos de mães no whatzapp da escola e as possíveis tretas que podem acontecer. Ironicamente eu me envolvi em uma daquelas.

Bom, vamos lá!

A professora da minha filha propôs que fosse feita uma confraternização da turma para encerramento do ano letivo e que cada um deveria levar alguma coisa para fazer um lanche coletivo. Até aí tudo bem. Eu coloquei lá na lista que a Helena ia levar coxinha e tá tudo certo.

Eis que chega o outro dia e lá vem ela com outra sugestão:

Que cada mãe fizesse uma caixa surpresa com coisas que a criança gosta e seria dado no último dia de aula junto com uma cartinha como uma espécie de recompensa pelo ano concluído( que para minha surpresa não era o dia da confraternização e sim o dia seguinte).Eu fiquei pensando porque cargas dágua tudo aquilo e comecei a achar que não ia prestar.

Já falei aqui outras vezes sobre o verdadeiro ringue que existe no mundo das mães onde cada uma compete para que seu rebento esteja no topo da lista. Eu então dei a ideia de se fazer uma coisa apenas: ou o lanche coletivo ou a tal caixa. E fazer em um dia só, no último dia. Porém todas começaram a ficar empolvorosas dizendo que podiam ser feitas as duas coisas sim, que ia ser legal, que a ideia da caixa era maravilhosa e blá,blá, blá. Até que uma mãe mandou um áudio que foi uma apropriação do meu pensamento.

“Eu acho melhor não fazer caixa surpresa porque vai rolar uma situação chata de umas caixas serem diferentes das outras e pode gerar algum constrangimento”.

Aí lá fui eu completar pedagogicamente falando sobre a necessidade de se incentivar a colaboração entre as crianças e que o lanche coletivo seria para isto e tal…

Pronto. Bastou o ego das outras mães serem atingidos para vir uma mais exaltada dizendo que na vida existem pessoas que tem mais condições e outras menos e que não devemos ensinar nossos filhos a terem inveja dos outros e que cada um cria o filho do jeito que quiser e ninguém tem que se intrometer e bla,blá,blá.

Opa! Eu não quero me intrometer na criação do filho de ninguém. Até mesmo porque já tenho dois que me dão muito trabalho! hahahahaha

Esta mãe em questão é daquelas que colocaria a Cacau Show inteira na tal caixa para que seu filhote se sobressaísse dos demais. Porém eu tenho certeza de que haveria crianças que nem levariam nada pois as mães raramente se atentam para o que acontece no grupo da escola.

Outra questão é esta necessidade de se premiar a criança por tudo o tempo todo. Este ano já teve festa junina, festa de Halloween, festa do dia das crianças, foto de formatura (e nem teve formatura) e tantas outras coisas para se ganhar presentes. Será que não é o bastante? O consumismo exagerado precisa ser incentivado também na escola?

Fico triste em pensar que estamos educando crianças para viverem em um mundo onde o que importa é o seu umbigo e somente ele. E isto para quem na semana anterior foi incentivado a levar brinquedos e roupas para doação para a escola. E pergunta se a mãe do garoto de ouro levou alguma coisa?

Nada, minha gente, Nada…

A professora da minha filha disse que as crianças entenderiam e nenhuma ia reparar se a caixa do outro era diferente da dela.

Sim, professora, as crianças são maravilhosas. Gente crescida é que é o problema…

Amizades perdidas no tempo- Wander Leandro

Olá!

Tenho que confessar que sempre achei a amizade masculina bem mais fiél. Uma pena que eu não tenha tido a oportunidade de ter muitos amigos garotos. Eles com certeza são bem mais divertidos.

Foi durante os primeiros anos do Ensino Fundamental que eu conheci um dos caras mais legais com quem eu já convivi: Wander Leandro de Carvalho, vulgo Elvis Caracol. Este apelido ele ganhou em razão de um redemoinho que tinha no cabelo. Ficava todo mundo girando o dedo e falando:

Elvis Caracol! Elvis Caracol!

Ele detestava…

Wander era o que hoje se chama de nerd. Um garoto louco por vídeo games e meio diferentão para não dizer esquisito. Mas esses é que são os melhores. Gente normalzinha costuma ser tão sem graça né!? Wander também era louco pelos Cavaleiros do Zodíaco ( e que garoto dos anos 90 não era?). Ele copiou a música inteira da abertura do desenho no meu caderno, rsrsrsrs. E também era atleticano e uma vez me deu uma pirâmide do Galo que meu irmão me fez jogar fora, hahahahahaha. Com certeza deve estar em êxtase com o bi-campeonato do Atlético.

Wander também chamava a mãe pelo nome. Uma vez fui na casa dele fazer um trabalho e achei super estranho aquilo. Eu sempre chamei a minha de mãe,rsrsrs. Acredito que a mãe dele era bem diferente da minha. Era daquelas mães modernas sabe… Ele também tinha uma prima da mesma idade que a gente e ela estudava na mesma sala. E foi justamente um episódio envolvendo essa prima que me mostrou o quanto o Wander era bom. A professora havia pedido para fazer um pulmão com uma garrafa pet e balões (quem nunca). Mas aí a Daiane, prima do Wander acabou mexendo e estragando o trabalho da Juliana, a valentona da sala. Ela ficou desesperada com medo de levar uma surra. A juliana dava duas dela em tamanho. Eu tenho que confessar que eu achei foi bom ver a Daiane ali toda amedrontada. Ela vivia humilhando o Wander e eu detestava isto. Mas qual não foi a minha surpresa quando vi que ele havia livrado a cara da prima. Tirou os balões do trabalho dele e deu para ela entregar para a Juliana e no lugar ele colocou dois saquinhos de chup-chup. Ah gente, eu fiquei num ódio!Mas hoje eu entendo que ele foi muito cavaleiro e não deixou uma mulher apanhar, hehehehe

Quando a gente terminou o Ensino Fundamental, Wander mudou de escola. Foi estudar no Cefet, super concorrido. O mais engraçado é que ele ainda ficou estudando na mesma escola que eu uns dias para só depois sumir de vez. Acho que no fundo ele gostava mesmo era de ficar ali no meio da bagunça.

Anos mais tarde,já na faculdade de jornalismo eu reencontrei o Wander. Foi bem engraçado ver ele ali muitos anos depois. Soube que ele aos 23 anos já era casado e tinha dois filhos e que estava se formando na área de informática (bem a cara dele). Wander continuava com a mesma cara franzina, os cabelos grandes e a simpatia de sempre!

Tem bastante tempo que eu não troco uma ideia com o Elvis Caracol mas eu queria agradecer por tantas coisas aprendidas com você meu amigo:

Obrigada por me ensinar que a gente não fica velho,fica vintage.

Que Gênesis era uma banda de rock e não apenas um livro da bíblia

Obrigada por me ensinar a cantar a música dos Cavalheiros do Zodíaco.

Obrigada por me ensinar que fazer o bem tem que estar acima de ter razão.

Foto: Pixabay

Amizades perdidas no tempo- Marina *

Olá!

Era o ano de 1997. Eu estava no primeiro ano do Ensino Médio e estudava no período da tarde. E naquele dia caiu um daqueles temporais que a gente não esquece. Ficamos presos na escola na hora da saída. Quem tinha carona para voltar para casa ou dinheiro para ir de ônibus,ia embora. Quem não tinha, que era meu caso ficava esperando a chuva passar. Eu morava um pouco longe da escola, então se eu fosse debaixo de chuva chegaria em casa encharcada.

Minha melhor amiga na época (bem, eu pensava que era) foi logo falando que ia voltar de ônibus e me deixou para trás. E eu fiquei lá na portaria, na esperança daquela chuva passar. Até que ouvi uma pessoa me chamando:

Vamos embora! Essa chuva não vai passar tão cedo!

Hesitei um pouco mas acabei sendo convencida. Eu não tinha nada a perder. Nem a chapinha no cabelo já que naquela época eu nem fazia, rsrsrsrs. O máximo que poderia pegar seria um resfriado mas no auge dos meus 15 anos, um chazinho já curaria tudo.E lá fomos, Marina e eu na chuva correndo que nem malucas. Pude ver minha melhor amiga em pé no banco do ponto de ônibus se protegendo da chuva .

Marina não era minha amiga e sim uma colega. Eu a conhecia da outra escola. Lembro que ela veio para nossa turma quando eu estava terminando o Ensino Fundamental. Ela era uma daquelas meninas simpáticas que todo mundo gostava. E apesar de muito bonita, não era metida a besta. Lembro que o apelido dela na camisa de formandos era “Paquita Erótica”. Um horror né. Mas era uma referência a uma novela que passava na época e não tinha mesmo nada a ver com ela que era uma menina muito doce. Mas talvez por ser loira de olhos claros achavam que ela tinha cara de paquita.

O tempo passou e eu não soube muita coisa da Marina. Sabia que ela havia casado muito jovem e já era mãe de duas meninas. Ela casou bem na época em que a gente terminou o Ensino Médio. Na verdade nem sei se ela terminou porque só lembro dela no primeiro ano. Até que nas minhas andanças pelo Facebook eu resolvi pesquisar para ver por onde a Marina andava. E me surpreendi ao ver que ela agora nem de longe lembrava a menina linda que ela era na adolescência. E não tem a ver com uns quilos a mais (quem não engorda) ou umas ruguinhas aqui e ali. Ela estava muito envelhecida parecendo que tinha uns 50 anos. E não era só isto. Ela tinha dado á luz recentemente a um menino chamado Valentin* Porém ele tinha um problema de saúde, um Linfangioma , que são tumores benígnos dos vasos linfáticos que afetam geralmente a cabeça e o pescoço. Valentin estava internado desde o nascimento e tinha um grande tumor no pescoço. Era difícil ver aquele bebê tão lindo sofrendo tanto. A família estava fazendo uma campanha para arrecadar dinheiro para o tratamento dele.

Conversando com minha amiga que também estudou com a Marina, eu falei dela e do bebezinho. E esta amiga me contou para minha surpresa que a Kênia era usuária de drogas há muito tempo e que o bebê poderia ter nascido doente por conta disto. Eu não podia acreditar!

Como aquela garota tão legal havia se destruído daquela forma? Fiquei ali acompanhando pelas redes sociais a evolução do Valentin e torcendo muito pela Marina também. Até que um dia minha mãe me ligou. Conversa vai, conversa vem elea me falou:

Lembra daquela menina que estudou com você? A Marina? Então, ela foi achada morta lá perto do córrego. Ela “mexia com drogas né”. Vivia lá. O marido ia buscar mas ela voltava. Só que agora não teve jeito. Coitada.

Fiquei em choque. Não podia acreditar! Que tristeza meu Deus. Não há um só dia em que eu passe perto do local onde ela foi morta, sempre que vou á casa da minha mãe que eu não lembre dela. Marina morreu aos 37 anos. Era mãe de 4 filhos (duas meninas e dois meninos, dentre eles o Valentin, um bebezinho de poucos meses de vida lutando contra uma doença grave.

Eu realmente não sei o que levou aquela menina corajosa e alegre a entrar nesse fundo de poço chamado dependência química que levou alguém tão jovem para sempre. Mas eu nunca vou esquecer das duas maiores lições que a Marian me deixou:

Não ficar esperando a vida passar. Vai! Mesmo com medo, mesmo com chuva. Vai!!!

Amigos de verdade caminham junto com a gente. Eles não nos deixam esperando na chuva e vão se abrigar em outro lugar. Amigos de verdade não nos abandonam. Eles correm na chuva com a gente!

Marina, que você tenha encontrado a paz antes de partir e que o amor de Deus possa ter te acolhido em seu momento de dor.

Obrigada por caminhar comigo. Nunca vou te esquecer.

Agua, Pingos De Chuva, Chovendo, Molhado, Líquido

  • Os nomes foram alterados para preservar as pessoas envolvidas neste post.

Amizades perdidas no tempo – Paula Carolina

As melhores amizades são as construídas na infância. Sem dúvidas um momento em que somos mais transparentes e ainda não utilizamos tantas máscaras para nos adequar as diversas situações e ambientes que frequentamos.

Cultivei durante 30 anos uma amizade de infância que se perdeu exatamente por ter ficado lá. Com o tempo eu fui percebendo que eu e minha amiga não tínhamos aquela afinidade toda que eu pensava ter.

Mas recentemente me lembrei de uma pessoa que eu poderia ser amiga até hoje. O nome dela é Paula Carolina. Estudamos juntas até a quarta série eu acho. Não me lembro ao certo mas sei que em determinado momento ela saiu da escola.

Paula era uma menina forte, daquelas que falam o que pensam e não levam desaforo para casa. Muito branca e com um cabelo loiro e crespo, cheio de cachinhos bem pequenos cortados “estilo Joãozinho).

Lembro de ir na casa dela algumas vezes para fazer algum trabalho. Ela morava com sua avó, uma senhorinha muito fofa que fazia o papel de mãe. Já a mãe da Paula eu acredito que tinha alguma deficiência mental. Eu não entendia direito e nem muito menos me atrevia a perguntar mas era claro para mim mesmo criança que ela era diferente das outras mães. O pai, bem ela não tinha. Ou pelo menos eu nunca vi ou ouvi falar nele. Fico pensando se a mãe foi vítima de algum abuso que resultou em uma gestação.

A avó da Paula era daquelas velhinhas bem católicas. A casa era cheia de imagens religiosas. Uma vez fui lá bem cedinho e aquela música da família estava tocando no rádio:

♫Abençoa Senhor as famílas amém ♫

Eu que era evangélica ficava meio sem jeito mas achava curioso.

Teve uma vez que eu tomei café bem cedinho. Ou melhor, Neston. E olha que eu nem gostava de Neston mas aquele preparado pela vozinha da Paula estava tão gostoso que eu tomei tudo, rsrsrs. Lembro até das xícaras de plástico beje. Eu achei um máximo já que na minha casa a gente não tinha xícara e tomava café no copo mesmo.

Paula também ia na minha casa ás vezes e a gente brincava demais. Eu me sentia a vontade. Não tinha vergonha da minha casa, que era tão simples. Não tinha nem banheiro dentro mas eu não estava nem aí.

Apesar disto, ela não era “minha melhor amiga”. E a melhor amiga oficial não gostou nada daquela história de me dividir com outra amiga e deu um jeito de minar a minha amizade com a Paula. E assim eu fui me afastando dela. Tempo depois ela saiu da escola e eu nunca mais a vi.

Naquela época não tinha celular, whatzapp e nem redes sociais. A gente nem telefone fixo tinha. Então se você perdesse o contato com alguém, já era. A única forma de tentar saber alguma coisa da Paula seria voltar ao lugar onde ela morava (me lembro bem pois a gente brincava de escorregar em um barranco que ficava na frente da casa dela, próxima a Pracinha da Ecologia). Nunca esqueci.

Será que ainda mora lá? Será que casou? Teve filhos? Qual profissão seguiu? E sua mãe? A avozinha espero que esteja viva e beirando os 100 anos, hehehehe.

Quem me dera a vida me desse a oportunidade de desfazer o erro que cometi no passado e pudesse resgatar esta amizade. Com certeza renderiam boas risadas. Bom, se você que está lendo este post for a Paula Carolina ou se a conhecer me ajude a encontrá-la.

Quem sabe né, não custa tentar!

Vai ser muito massa!

Pinky Swear, Friends, Pinky Promise

E lá vamos nós para o desfralde!

Olá!

Comecei hoje o processo de desfralde do João. Se você é novo por aqui, João é o meu caçula de dois anos e cinco sete meses. Também sou mãe da Helena, de 6 anos. Contei sobre o desfralde dela aqui no blog também. Eu me programei para desfraldar o João com a mesma idade em que a Helena desfraldou. Porém com ela eu tive uma tentativa frustrada aos dois anos.

Com este marco na vida de qualquer criança que é dizer adeus as fraldinhas, ficou evidente também o quanto eu evolui como mãe! Poderia até ter tentado tirar as fraldas dele antes, afinal em questão de comunicação,o João é bem mais eficiente que a Helena na idade dele. Ele fala pelos cotovelos, rsrsrsrs. Mas a questão aqui nem é esta. Quatro anos depois eu percebo que estou bem mais calma em relação a uma poça de xixi no chão. Não há nada que um bom desinfetante não limpe. Mesmo com outra criança para cuidar e tantas tarefas para fazer, eu consegui manter a calma! João fez xixi duas vezes no peniquinho! E contou com a ajuda da irmã dando aquela força, dizendo que é fácil e que ele já é um rapaizinho e que está na hora de largar as fraldas. Ah, e ele está usando o mesmo peniquinho que a irmã usou há quatro anos atrás. Eu guardei gente. Sou pão dura mesmo, hahahaha. Na verdade,isto é sustentabilidade. Só que não! É só aquela mãe de segunda viagem que sabe que não há necessidade de se comprar um penico caríssimo que toca musiquinha só para o seu filho fazer xixi e cocê nele. Mas se você comprou, ok. Sem julgamentos.

E vamos também usar um redutor de assento que ele ganhou há bastante tempo atrás de uma amiga da minha mãe. O assento tinha sido usado pelo neto dela. Olha a sustentabilidade de novo, rsrsrs.

João a princípio teve uma certa relutância em ficar de cuequinha mas depois aderiu. E quando eu pergunto onde é para fazer xixi ele responde prontamente com sua esperteza e fofice de sempre:

No peniquinho!

Confesso que vai dando aquele medinho de saber que meus filhos estão crescendo em uma velocidade ímpar mas ao mesmo tempo uma sensação de dever cumprido. Pelo menos em relação a não jogar mais fraldas descartáveis no planeta. Na verdade eu acho que o que pesa mesmo é o preço da fralda, hahahaahaha.

E se você está pensando em começar o desfralde, aí vão as dicas de quem está passando por isto pela segunda vez:

Não faça por pressão de quem quer que seja!

Eu sei que eu comentei aqui do preço da fralda, mas vai por mim. Se nem você e seu bebê não estiverem preparados para o desfralde, você vai gastar muito mais com a perda da sua saúde mental.

Desfralde dá trabalho sim, mas passa e a recompensa vem depois. Não estou falando de custos, mas sim de ver seu filho cumprindo mais uma etapa importante do desenvolvimento dele.

Se você achou que era a hora e viu que não é, colocar a fralde de novo e tenta depois. Aqui não é um teste ou um vestibular do desfralde. E mesmo no vestibular a gente pode tentar de novo né.

E amanhã vamos de novo para mais um dia sem fraldinha. Iupiii

♥♥

Cinco anos do Meu Serumaninho! Viva!

Olá!

Lá vem a velha frase: Tenho andando meio sumida,rsrsrs.

Mas não poderia deixar o aniversário do Meu Serumaninho passar em brancas nuvens. Pelo menos um bolinho a gente tem que fazer né ou comprar na padaria que é bem mais prático!

Quando comecei este blog há cinco anos atrás,minha vida não era tão diferente de como é hoje. Claro que eu estava bem mais longe dos 40 do que estou e não tinha tanto cabelo branco (hahahaha). Eu também não era Pedagoga e claro, eu tinha um serumaninho e não dois como tenho agora. ♥♥

Tá bom! Digamos que minha vida mudou um tantinho bom desde que comecei a escrever neste blog. Eu lembro que eu estava muito animada em escrever sobre maternidade!Aqui seria um pouco de tudo: dicas, trocas de experiências, desabafos, enfim… E eu confesso que aos poucos esta motivação foi acabando. Mas mesmo assim,eu não consegui parar de escrever porque o Meu Serumaninho me cativou e agora eu sou eternamente responsável por ele, rsrsrs. Mas se eu fizer uma revisão em tudo que escrevi com certeza vou ter mudado de ideia em muita coisa e ver que eu escrevi muita m****! Faz parte da maternidade também!Me perdoem!

Mas é engraçado que o que me motivava a escrever aqui, a maternidade em si, não me motiva mais. Calma! Eu amo meus filhos mais do que tudo nesta vida! Mas vocês que me acompanham (e eu sei que eu tenho minhas fiéis leitoras!) já perceberam que eu não escrevo quase nada do João aqui? O motivo é simples: eu aprendi a ser mais segura e ter menos culpa com o nascimento do meu segundo filho e tenho levado ou pelo menos tentado levar a maternidade de uma forma bem mais leve e hoje eu tento pensar e falar de outras coisas também. Por mais que seja difícil, a gente precisa parar de girar em torno dos filhos.

Hoje eu quero falar de outras coisas, vivenciar outras coisas também e isto é um grande desafio para a maioria das mães: conseguir se enxergar além dos filhos. É um processo difícil e doloroso que envolve muita coisa. Envolve principalmente resgatar algo que ficou pelo caminho nesta aventura boa e louca que é ser mãe!

Eu sinto que este ano estou fechando um ciclo na minha vida. Não somente é o último ano na casa dos trinta,mas vai dar lugar a uma nova fase com muitas novidades. Assim que tudo se concretizar eu venho aqui contar para vocês. E quero também escrever sobre os serumaninhos claro! Afinal, eles são a minha motivação para tudo nesta vida!

Espero que vocês continuem comigo, soprando as velinhas e desejando vida longa a este espaço que também é de vocês!

Um super obrigado a todos!

Um viva especial as minhas colunistas que me abandonaram (hahahaha). Pri, Céia e Cindia. Meninas, sinto muita saudade de vocês e dos seus textos maravilhosos! ♥

E um super viva a minha Helena e ao meu João! Os meus serumaninhos! Mamãe ama vocês mais do que tudo nesta vida!

♥♥

Tipos de mães nas aulas online(com índice de treta)

Olá!

Há um tempo atrás eu publiquei um texto aqui sobre tipos de mães nos grupos do Facebook. Anos depois eu não participo mais de grupos assim (nem Facebook eu tenho mais).

Porém o seu serumaninho vai crescendo e você é obrigada a participar de outro grupos. No meu caso, o grupo do Whatzapp da escola. Participo de quatro grupos!!! Um da escola, um da sala dela,um de desapego entre pais da escola e um só para enviar as atividades dela. Outro dia foram tirar umas fotos da turma e queriam fazer um grupo para falar sobre o ensaio fotográfico da turma. (gente do céu pra quê tanto grupo?).

Mas fazer o quê né? Em tempos de pandemia e aulas online para crianças de seis anos (desespero!) é o que temos para hoje. Eu moro em Belo Horizonte onde as aulas presenciais já foram liberadas porém descobri que a escola da minha filha fica( por questão de alguns metros) na cidade onde as aulas ainda não foram liberadas. Como pode isto gente?

Mas vamos lá sem mais delongas apresentar os tipos de mães na aula online e nos grupos da escola (Com indice de treta)

Mãe Pedagoga só que não: É aquela mãe que está sempre pronta a questionar as atividades,a didática, as aulas e tudo mais que o professor(a) faz. Se a professora respira,ela já está lá questionando. Detalhe: a dita cuja nem Pedagoga é mas acha que tem PHD em educação.

Ìndice de treta: Grande cerca de 80%. Geralmente este tipo de mãe além de atrasar as aulas, inunda o whatzapp pessoal da professora com mil reclamações e questionamentos.

Amiga,antes de você questionar a minha Pedagogia, que tal você se formar em Pedagogia e vir aqui assumir o meu lugar heim?

Mãe Fui Ali e Já Volto- É aquela mãe está acompanhando o filho nas aulas mas só em espírito. A professora pisca e ela já foi fazer outras coisa. E quando a criança precisa da ajuda de um adulto,cadê ela?

Fulano,você está sozinho? Cadê a sua mãe,fulano?

Aí faltando um minuto para o final da aula, a mulher aparece com aquela cara de “fui ali e voltei” mas a gente sabe que ela estava era fugindo mesmo.

Ìndice de treta: pequeno,cerca de 20%. O único risco é o filho bancar o sincerão e dizer onde ela está.

Mãe áudio ligado: Gente do céu! Se tem algo que eu sempre confiro na hora da aula online é se o áudio está desligado. Não somente porque os barulhos da casa atrapalham a aula (ainda mais eu que tenho um outro serumaninho de dois anos em casa!) mas também para não acontecer de fazer algum comentário inapropriado e passar aquele vexame digno de Oscar. Já aconteceu cada coisa na aulas da serumaninha que vocês não tem noção. Ainda bem que eu não protagonizei nenhum,hehehe. Mas por via das dúvidas, é melhor sempre conferir o áudio né amiga. Vai que…

Índice de treta: Dependendo do áudio vazado é altíssimo,chegando a 100%.

Aí a mãe está xingando a profe e percebe que o áudio dela tá ligado:

Mãe Meu Filho é Superdotado: Eu já disse aqui que a gente sempre acha os nossos filhos os mais fofos,lindos e inteligentes do mundo. Mas não precisa exagerar,né!?Esse tipo de mãe não perde a chance de exaltar e superfaturar as qualidades cognitivas do filho e menosprezar o restante da turma:

Mas isto meu filho já sabe. ele está muito adiantado,sabe…

Índice de treta: Baixo,cerca de 30%. Porém a chance de ela ganhar fama de mentirosa (e com razão)é grande.

Ai amiga! Matricula seu filho em uma escola para superdotados então… Que saco!

Mãe Analógica : É aquela que um ano depois do início da pandemia ainda não está familiarizada com as aulas online. O filho nunca entra na aula na hora certa (quando vai) e as tarefas estão sempre atrasadas (quando entrega,rsrsrs). Fora quando não usa a desculpa da internet ruim para tudo! A gente poderia até dar um desconto,afinal estamos vivendo um momento atípico, mas eu digo sem chance de errar que ela continuará assim no mundo pós pandemia com a diferença que que o menino estará na presencialmente nas aulas mas as atividades e o comprometimento dela com a educação do filho continuarão em lockedown, hehe.

Índice de treta: Baixo. O risco é o filho dela repetir de ano mesmo!

Mas era para hoje essa atividade? Nossa! Eu tô meio perdida aqui!

Amiga,já se passou um ano! Sai desse travamento pédagógico em que você se encontra!

Mãe sem noção ou a vontade demais! É aquela mãe que assim como a mãe analógica não está totalmente adaptada ao universo virtual e vez ou outra se esquece que estamos em aula. É aquela mãe que acompanha a aula do filho de pijama ( e ás vezes até com menos roupa). Já aconteceu na aula da minha filha. Ou então que o filho está almoçando na hora da aula ou aacompanha a aula do filho deitada na cama. É tipo a mãe áudio ligado na versão câmera!

Índice de treta:baixo,mas dependendo do flagra pode chegar a 100%.

Miga,a gente sabe que não está presencial,mas a câmera está ligada. Tira esse pijama!

E estes foram os tipos de mães que eu identifiquei nas aulas online. E você? Identificou mais algum?Conta para a gente! Vamos adorar saber!

Era uma vez um robô…

Olá!

Quando Helena estava no primeiro período da Educação Infantil (2019) fizeram a tradicional Feira de Cultura na escola. O tema escolhido para a turma dela foi Robótica (na verdade era outro nome mas eu esqueci,rsrsrsr). Mas no frigir dos ovos, a atividade era fazer um robô de material reciclado. Eu tenho a opinião de que estas atividades de “reciclagem” que as crianças fazem para a escola só servem para duas coisas: estressar os pais e produzir mais lixo!

Porém como eu não tinha tempo para esplanar minhas concepções pedagógicas com a direção da escola então,lá fomos nós fazer o tal robô. Inicialmente eu havia pensado em fazer algo o mais simples possível,sem usar muitos elementos.

Acontece que a feira seria somente no sábado e eu ainda tinha uma semana inteira pela frente para levar a Helena na escola ( que saudade de fazer isto meu Deus!). E enquanto eu esperava ela entrar ou sair da aula,era inevitável que eu ouvisse as outras mães conversando:

” O Robô da fulana está me dando um trabalho! Mas está ficando enorme! Nem sei como vou trazer para a escola”!

“Coloquei meu marido para ajudar a gente. Ele é mecânico e sabe fazer umas coisas usando os materiais que ele tem na oficina”.

” Terminei de pintar o robô hoje!”

Neste momento me bate aquele desespero materno. Então sai a pedagoga consciente e entra a mãe que não quer que sua filha entregue um robô meia boca na escola! Que tipo de mãe eu seria se deixasse isto acontecer?

Saímos em disparada para fazer o tal robô! Arruma caixa, pega EVA (não pode faltar né?), parafuso, rolo de papel higiênico (guarde isto que você vai usar com certeza),cola quente e o que mais a imaginação e o google sugerirem. E assim nasce … Gente, eu esqueci o nome! Mas tinha nome sim e era uma robô. Até lacinho na cabeça tinha!

Essa crônica materna e pedagógica me fez pensar o quanto eu tenho dificuldade em manter minhas concepções diante da possibilidade de ver meus filhos supostamente “ficando para trás”. E isto vale para tudo: naquela compra de roupa sem necessidade, sapatos,brinquedos… Enfim… Meus filhos não podem ficar sem isto. Afinal, todo mundo tem!A nossa capacidade de ser influenciada pela vida alheia é assustadora!

Em segundo lugar eu me pergunto todos os dias porque as escolas insistem nestas atividades que não levam a lugar nenhum e definitivamente não ensinam sobre reciclagem e não deixam nenhuma criança com mais consciência ecológica. Muito pelo contrário! Seria muito mais rico e interessante levar as crianças para visitarem uma cooperativa de material reciclado por exemplo ou então para implantarem a coleta seletiva na escola ou em casa! Imagina que maravilha! Mas ainda preferimos Feiras de Cultura e robôs de sucata que por mais bem produzidos que sejam terão um único destino: o lixo! E a caixa que antes ia sozinha para o lixão (podendo assim ser reaproveitada de verdade),vai cheia de cola, de EVA e de todo tipo de buginganga que a mente criativa e competitiva dos pais permitirem!

E haja paciência,haja criatividade… haja lixo!

Serumaninha feliz com sua robô. Nem preciso dizer que o destino dessa maravilha da robótica foi o lixo!

O meu João 💙

Olá!

O nome do blog é Meu Serumaninho mas na verdade deveria estar no plural. A preguiça de criar um novo layout me impediu de fazer esta mudança. Há quase três anos atrás recebi a notícia tão esperada de que eu seria mãe de um menininho. A verdade é que eu sempre quis ser mãe de menino mas quando engravidei pela segunda vez eu desencanei. Me tornar mãe da Helena me mostrou o quanto é maravilhoso ser mãe de menina também.

A questão aqui não é mais ser mãe de menino ou menina mas sim o quanto a maternidade de segunda viagem é muito mais leve e divertida. Muito menos carregada de culpa. O amor é o mesmo mas a culpa! Quanta diferença!

E olha que passei por poucas e boas com o João. Uma bronquiolite no primeiro mês de vida, duas cirurgias( ele está otimo graças a Deus) , Covid!!!!

Para quem levou a filha a emergência por conta de uma cólica eu me saí muito bem modestia a parte. Se fosse com a Helena eu teria infartado. Não é que estou mais forte mas é que com o João eu descobri que eu não sou fraca não!

Eu melhorei como mãe. A verdade é esta. Menos culpada, menos neurótica, menos consumista. E como é bom tudo isto!

Mais e o João? O post era para falar dele né…

Sim, mas é que com menos neuroses desnecessárias sobra mais tempo para viver! Para ver o quanto é lindo o amor de irmãos, pra brincar, bagunçar e enlouquecer de vez em sempre com dois filhos em casa, rsrsrs.

E o meu menino vai crescendo cada vez mais lindo, esperto, inteligente, cheio de saúde. Rápido!!! A mil por hora! Ele é assim!

“João, a Helena também é meu bebê”!

” Sério”?? Ele responde me levando as gargalhadas.

Ah João! Eu te amo! Tanto! E antes de você existir eu já sonhava com você! Até cartinha aqui eu escrevi.

Obrigada por tornar a nossa vida mais leve e me fazer tão feliz!

💙💙

Crônicas de uma visita

Olá!

Há algum tempo atrás estive na casa de uma das minhas tias para pegar um disco das antigas. A saudade da infãncia bateu e eu não encontrei no You Tube com um bom áudio. E como na casa da minha mãe ainda tem um aparelho que toca discos, lá fui eu saciar a minha nostalgia. Porém chegando lá eu descobri que o disco não existia mais. Só havia restado a capa (snif). Mas consegui emprestado outras relíquias dos anos 80. Foi muito legal ir na casa da minha mãe e escutar aquelas preciosidades,rsrsrsrs.

Estar na casa da minha tia é visitar a minha infância literalmente. Apesar de algumas mudanças,aquele lote (ou beco) como a gente chamava ainda está bem vivo na minha memória. Afinal, eu vivi ali até meus dez anos de idade. E mesmo depois quando me mudei (para outra casa na mesma rua) eu era presença fácil lá. Ali moravam avós,tios e primos. Todo mundo junto e misturado. Meu Deus, que saudade!

No dia do disco, minha tia me cobrou uma visita mais demorada para tomar um café.

” Pode deixar que eu venho sim tia…” E trago as crianças! Elas vão adorar correr por aqui.

Esta semana voltei ao “beco” mas não foi para tomar um café e sim para dar um abraço na minha tia Suécia (sim,ela tem nome de país) e no meu primo Matheus. Desta vez a visita tem um ar de tristeza, de uma família que perdeu alguém para a Covid. Minha tia ficou sem o seu companheiro de muitos anos e meu primo sem pai. Já na entrada o primeiro impacto: Nossa, como ela está mais magra! Mas continua falante! Mas sua fala é de alguém para quem a ficha ainda não caiu. Vou cumprimentar meu primo e ele bate a mão em um vasinho de flor que eu havia levado (minha tia ama flores) junto com um cartãozinho feito pela Helena e vai tudo para o chão,flor,vazinho e terra…

Caímos na risada.

“Já cheguei sujando sua casa né tia”…

Um momento de descontração diante de tanta tristeza. Fico ali meio sem jeito ouvindo minha tia falar, contando histórias. Fico caladinha também porque não sei muito como agir. Calada para não falar nenhuma besteira. Mas a verdade é que eu ficaria ali por horas ouvindo ela falar. Em cima do móvel da sala uma foto do seu casamento. Eu não tenho coragem de pegar para ver melhor.Me lembro bem desse dia. Eu criança, com aquelas roupas duvidosas dos anos 80,rsrsrs. Me lembro da foto no altar com a primaiada toda reunida. Como eu queria rever esta foto mas não tenho coragem de pedir. A festa foi no beco. Um frio que fazia…

Tia Suécia me conta que está meio perdida (não é para menos). Que foi ao supermercado com meu primo e não soube o que comprar.

“Era Vicente que fazia tudo, que olhava o que estava faltando, sabe…”

Ai meu Deus, como isto me corta o coração.

Preciso ir embora (deixei as crianças com minha sogra) e tenho que passar na casa da minha mãe. Faço uma oração e me despeço mas não sem antes admirar as plantas tão lindas na pequena fachada da casa. Vasinhos feitos de coco e pintados a mão.

“Foi Vicente que fez…”

Saio dali prometendo outra visita e desta vez trazendo as crianças. Me despeço do beco de tantas lembranças de tantos momentos maravilhosos vividos ali. De uma infância sem preocupações, sem luxos, sem frescuras,sem pandemia. Saio dali com a certeza de que as coisas mais simples que a gente vivencia são as mais ricas e que o legado deixado por quem a gente ama está nestas pequenas coisas.

Da casa da minha mãe eu levo “um tanto de trem “( para os netinhos, para mim). Impossível sair de lá com as mãos vazias e uma foto de infância (das poucas que tenho) dos velhos tempos… da infância no beco… de uma vida feliz!

♥♥

Na casa dos meus avós

A meia calça e as duquezas

Olá!

Recentemente uma entrevista da duquesa Meghan Markle (a mulher do principe Harry) deixou o mundo ávido por ouvir mais fofocas sobre a família real. Apesar de ser uma espectadora de The Crown, os assuntos da coroa britânica raramente me chamam atenção. Porém em minhas navegações pela internet , encontro uma matéria que falava da briga entre as cunhadas Meghan e Kate (a mulher do Willian).

Na entrevista, Meghan desmentiu os boatos de que havia feito Kate chorar por ocasião de seu casamento com o príncipe Harry em 2018. Afirmou que aconteceu justamente o contrário: foi ela quem chorou e por culpa de Kate.O motivo: uma discordância quanto aos vestidos das daminhas de honra. Charlote, filha de Kate era uma das daminhas e ela queria manter o protocolo real de usar meia calça (não me perguntem o porquê de obrigar uma menininha de 3 anos a usar meia calça em pleno verão). Porém Meghan mais solidária com a sobrinha queria mandar o protocolo para o espaço e deixar as meninas com as pernocas livres.

Quem tinha razão? Pensando por um lado prático, Meghan com certeza. Era verão,fazia um super calor, as daminhas são crianças e o casamento era dela. Portanto, vai ter daminha sem meia calça e protocolo quebrado sim!A Duqueza de Sussex não deu maiores detalhes a respeito dos desdobramentos da briga,limitando-se a dizer que Kate lhe pediu desculpas .

Existem duas questões aqui que eu quero pontuar:

Mães brigam por qualquer coisa: Na briga em questão, não estamos falando aqui de qualquer meia calça. Estamos falando de uma meia calça real,rsrsrsrs. Mas esta cena de uma mãe criando caso com uma noiva pelo vestido ou acessório que sua filha vai usar no casamento alheio pode acontecer com qualquer reles plebéia ( eu que o diga já que tive 12 damas de honra e quase surtei com tanto chilique de mãe). Nós mães brigamos por tudo. Discutimos pelas coisas mais bobas e fúteis. Somos capazes de fazer uma noiva chorar no dia do seu casamento por causa de uma meia calça idiota. E fazemos isto porque queremos sempre ver nossos pimpolhos em destaque e se algo ameaça, a gente passa por cima sem dó!

Mães de arrependem sinceramente das m***** que fazem- Assim como Kate, eu já fiz muita caca depois que me tornei mãe e me arrependi muito! Já discuti pelas coisas mais inacreditáveis e já me achei dona da verdade quando o assunto era maternidade. Mas posso dizer sem sombra de dúvidas que me arrependi e hoje sou uma mãe muito mais evoluída e muito menos chata. Escuto palpites sim e até aceito com humildade. Não sei tudo e nunca vou saber. Hoje eu entendo que meus filhos são as crianças mais preciosas, maravilhosas, lindas e inteligentes para mim, mas que as outras mães vão achar exatamente as mesmas coisas dos seus filhos. Então,competir nesse mundo materno é atestado de burrice e chatice! Quem sabe um dia o jogo vira e será Meghan protestando por algo bobo em relação aos seus filhos?

E assim vamos aprendendo e crescendo junto com nossos serumaninhos. Aí está a verdadeira alegria da maternidade que não é algo rígido mas sim maleável, cíclico e transformador!

Ah e ficou curiosa em relação a quem ganhou a briga pela meia calça?

Habemus Charlote no casamento da tia Meghan. Plena E SEM MEIA CALÇA!

Foto: O Globo

Sobre amizades reais e imaginárias

Olá!

Estes dias eu estava refletindo sobre amizade e em como esta palavra tem sido banalizada principalmente com a chegada das redes sociais. Você mal conheceu a pessoa e já está chamando de amiga e se achando íntima da mesma. Andei pensando nas pessoas que já chamei de amigas ao longo da vida e como estas amizades foram transitórias. Pessoas com as quais eu convivi por um período e depois a gente simplesmente se afastou. Cheguei a conclusão de que meus amigos e amigas foram na verdade “amizades de verão”.

Trabalhava em algum lugar e me aproximava de alguém, compartilhávamos bons momentos, mas assim que saía do emprego, passavam-se alguns meses e eu não tinha mais contato. Da mesma forma as amizades que eu tive durante minha vida acadêmica. Sabe aquele famoso: da faculdade para a vida? Não rolou! Acabou o curso,a amizade se foi. Não foi automático, claro,mas a coisa foi esfriando e em um belo dia eu percebi que não tinha mais assunto com meus companheiros de luta da graduação.

Depois que me tornei mãe também entrou em minha vida um outro tipo de amizade transitória. Os grupos de mães e grávidas (já até fiz um texto bem humorado sobre isto no blog) são o ápice daquela intimidade instântanea com pessoas que você acabou de conhecer (serão os hormônios?). Compartilhar as dores e as delícias da maternidade produz um companheirismo e uma rivalidade (mães competem por tudo) que vocês não têm ideia. Mas aí os filhos vão crescendo, ficando mais independentes, as dúvidas vão diminuindo e você vai percebendo que aquelas super amigas do grupo não eram tão super amigas assim. E também conclui que você ainda continua sendo um ser humano com outros interesses que vão muito além de fraldas e mamadeiras.

Mas talvez o questionamento em relação a amizade que mais me incomodou e me entristeceu foi perceber que aquela amiga de infância com quem eu compartilhei uma vida inteira não é a pessoa que eu idealizei. Comecei a me perguntar se a gente se conhecesse hoje e não há trinta anos atrás se seríamos amigas (muito provavelmente não!). Percebo que a vida nos levou para caminhos muito distantes que só se encontram quando a gente fala da infância,da adolescência e parte da juventude que passamos juntas. Mas quando passa disto, o silêncio se faz notar… Nos distanciamos. E não apenas fisicamente. Nos distanciamos em ideais, modos de vida, ambições, posicionamentos… O que fica é aquela memória afetiva. E só! É triste,mas é a realidade.

Eu sinceramente não me imagino amiga de ninguém nunca mais!Falo amiga mesmo e não mera conhecida. Posso parecer chata mas ultimamente eu estou mais “bicho do mato” do que nunca! Sem redes sociais,sem amigos virtuais,superficiais,imaginários…A verdade é que se for para me decepcionar, que seja comigo mesma.

Imagem: Pixabay https://pixabay.com/pt/photos/meninas-crian%C3%A7as-amigos-jovem-462072/

Depois dos 30…

Olá!

Estava aqui pensando que os acontecimentos mais importantes e transformadores da minha vida aconteceram bem próximo ou depois dos 30 anos. Concluí minha primeira faculdade aos 29, me casei aos 31,tive minha primeira filha aos 33, meu segundo aos 37, me formei em pedagogia aos 38.E fiquei me perguntando o que de fato eu fiz na minha juventude, rsrsrsrs.

Quando era adolescente, eu achava que aos 20 eu já estaria casada e aos 25 eu já teria um casal de filhos. Eu sempre dizia que ia ter quatro. E já estaria bem estabilizada profissionalmente. Porém aos 20 eu nem namorado tinha. Conheci meu marido aos 27. Nem me imaginava com 40 anos. Na verdade,quando eu era bem novinha, achava uma mulher de quarenta, uma idosa, hahahahaha. Lembro que fiquei espantada quando minha mãe engravidou com esta idade.

O tempo passa e a gente vai percebendo que a vida não é um roteiro de filme em que tudo acontece de forma planejada. Das coisas que eu queria realizar aos 20 (menos os quatro filhos) eu acabei realizando todas mesmo que não no tempo em que eu previa. Com certeza a Raquel de 20 anos atrás, não imaginaria que estaria começando em uma carreira quando estivesse próximo dos 40 anos. Mas o tempo é essencial para colocar a gente no eixo. Quando penso no primeiro vestibular que eu fiz na vida aos 17 anos eu me pergunto onde eu estava com a cabeça. Prestei para medicina. hahahahhahahaha

Definitivamente eu nunca seria médica ou qualquer outra profissional da área da saúde. Mas naquela época,achava que o simples fato de eu ser fã da série Plantão Médico (a mãe de Greys Anatomy) e ter um crush pelo doutor Carter me habilitavam para exercer a medicina. Doce engano,rsrsrsrs. O tempo me provou que se por um milagre eu tivesse passado no concorrido vestibular de medicina da UFMG eu não teria durado um semestre na faculdade. Teria desmaiado na primeira aula prática.

O mundo perdeu uma médica mas ganhou uma pedagoga…

Que bom!

Fonte: Pixabay

Uma nostalgia básica

Canal: Leonardo Ferreira

Maternidade: O medo e a coragem andando juntos…

Olá!

Quando entrei na sala de parto para ter o João Pedro eu senti muito medo. Quando Helena nasceu foi diferente, Ela nasceu de cesárea após longas horas de contrações bem doloridas. Porém o parto em si foi super rápido. Nem deu tempo de sentir nada. Mas do João foi diferente. Uma cesariana programada. Uma espera em uma sala junto com duas mulheres. A gente ficou ali rindo até eu ser chamada. Estava uma tranquilidade só até eles me virarem para ser anestesiada. Nesta hora eu pensei :

E se eu morrer? Minha filha vai ficar sem mãe.

O que eu fiz? eu devia estar louca quando engravidei novamente.

A verdade é que quando fui ter a Helena, eu não tinha outro serumaninho me esperando em casa. Mas graças a Deus deu tudo certo e eu saí de lá com o meu caçulinha nos braços.

A maternidade tem o poder de nos fazer muito fortes. Encaramos contrações,cirurgias,anestesias, dores e nossos maiores medos só para ver nossos filhos felizes. Não há dúvida que mataríamos um jacaré a dentada para protegê-los. Porém, nos coloca diante de nossas maiores fragilidades. Começamos a ter medo de mosquitos (eles transmitem doenças), vírus,bactérias, pessoas, medo do frio, do calor,medo de tudo que possa fazer mal aos nossos filhos. A maternidade escancara o fato de que por mais que os protegemos, não podemos protegê-los de tudo. E isto é muito cruel, acaba com a gente.

Que mãe não gostaria de proteger o seu filho de todo mal que há nesta terra? Este sim é o meu maior sonho…

Imagem: Pixabay

The Handmaid’s tale (minhas séries 2021)

Olá!

Pensa em uma pessoa que desiste de várias séries pelo caminho.

Eu!

Mas em 2021 decidi colocar as séries abandonadas em dia,rsrsrs. A primeira delas foi The handmaid’s tale que comecei a assistir em 2019, quando minha filha entrou na escola e eu estava no final da gestação do João. Me empolguei logo pela série, mas devido aos constantes problemas com a GloboPlay (travava a cada 5 minutos) eu acabei desistindo . Ano passado resolvi dar uma nova chance ao aplicativo e para minha felicidade,estava funcionando normalmente.

A série mostra um futuro distante em que fundamentalistas religiosos da República de Gileade dominam os Estados Unidos. Devido a drástica queda da fertilidade, eles capturam mulheres férteis para “salvar a humanidade do fim”. Detalhe é que estas mulheres (chamadas de aias) são separadas de suas famílias para serem estupradas pelos comandantes com a total aprovação de suas esposas em um ritual chamado de Cerimônia para engravidarem e entregarem seus bebês para o casal.Entre estas aias está June Osborne,interpretada pela atriz Elizabeth Moss ,que passa a ser chamada de Offfred em referência ao comandante que ela “serve”.

Baseada no livro homônimo de Margaret Atwood, a série conseguiu prender a minha atenção e abre uma reflexão a respeito da linha tênue que separa a religião do extremismo e que sempre precisamos ficar atentos para que nossa crença não seja deturpada por interesses individuais ou coletivos.
E claro,pode até ser uma série feminista , mas eu não estou nem aí! É bem boa, rsrsrsrs.

Já estou ansiosa pela quarta temporada e pelo desfecho da história. Enquanto não chega, vou retomar The Crown, a próxima da lista.

E você? está assistindo alguma série? Conta para mim! Vou adorar saber.

The handmaid’s tale

Onde Assistir: GloboPlay

Até que Fernando chegou…

Olá!

Há algum tempo atrás (antes da pandemia chegar) eu sempre “acompanhava” pela cozinha aqui de casa as badalações que aconteciam no apartamento do casal do andar de cima. Som alto, conversas até altas horas e muita risada. Confesso que em algum momento eu senti uma invejinha e uma saudade de ter uma vida social mais agitada.

Em alguns momentos eu pensava se eles sentiam uma certa pena da gente apesar de não conviverem conosco, mas ao escutarem o choro e a gritaria das crianças e imaginarem que nos tornamos escravos de uma vida sem badalações. Eu também me perguntava o porquê de eles não terem filhos. Se era uma escolha. Ficava pensando que eles por outro lado poderiam almejar a nossa vida, cheia da agitação das crianças. E enquanto escutava as músicas vindo do som alto deles (boas músicas inclusive) eu fazia todas estas suposições.

Até que em maio de 2020, bem no início da pandemia, em um domingo, percebo uma movimentação na entrada do nosso prédio. Buzinaço, carros com balões azuis, pessoas com pacote de fraldas nas mãos,uma mesa enfeitada com docinhos e uma mulher parada no portão com um bebê nos braços. Não consegui reconhecer quem era até que meu marido diz que é a nossa vizinha do quarto andar.

“Ela teve bebê? Nem vi ela grávida”.

A verdade é que Fernando chegou e veio transformando tudo. No lugar de festinhas ao som de rock dos anos 80, aquele chorinho de bebê que invade a madrugada. Chegou transformando tudo, chegou,chegando. Algum tempo depois em conversa com a mãe do Nando, eu descubro que ele não veio para ela da forma que os meus filhos vieram.

“Um anjo colocou ele na minha vida”. Assim a mãe definiu a chegada do filho através da adoção.

E agora somos duas mães trocando figurinhas, rsrsrsrs. Agora talvez ela entenda meus gritos, a minha loucura habitual do cotidiano. E eu também me acostumei a vê-la saindo com bolsas e mil coisas a tiracolo. Coisa de mãe. Ah, e o Nando também é de março, igual meus dois serumaninhos. Que lindeza! Adorei!

Foto: Pixabay

Tempo de Recomeçar

Recentemente a igreja que frequento perdeu um de seus membros mais antigos. Alguém que eu conheço desde que me entendo por gente e não lembro de um dia em que eu não tenha ido a igreja e ele não estava lá. Foi meu professor,regente do coral em que eu cantava,conselheiro. Enfim…Diante da tristeza que nos acomete em um momento desses não teve como algo não me chamar atenção o fato de que o Sr. Eliakin queria recomeçar aos 90 anos de idade. Ele pretendia inaugurar um ponto de pregação em nosso bairro. Infelizmente não foi possível. Porém me faz pensar que sempre é momento de ter fé, de fazer planos, de empreender.

Vivemos em uma sociedade que valoriza a juventude e despreza a velhice. A busca pela beleza estética e respostas rápidas para tudo tem feito com que muitos se achem ultrapassados aos quarenta anos de idade. Muitas vezes este sentimento invade o meu coração me fazendo temer diante de uma possibilidade de entrevista de emprego concorrendo com recém formados na casa dos vinte e poucos anos. Será que terei chance?

Porém ,hoje ao me lembrar do Sr. Eliakin fazendo planos aos 90, eu retomo a esperança. Penso que diante de toda experiência dele (e que falta faz) eu ainda sou uma menina com muita coisa para aprender e compartilhar.

Foto:@brendalealfotografia

Os filmes que eu assisti- Piaces of Woman (com spoilers)

Olá!

Este 2021 vou tentar escrever aqui sobre filmes e séries que eu for assistindo e também indicações de outras produções que eu já assisti. Está bem complicado arranjar tempo ou melhor, está complicado que as crianças deixem que eu assista alguma coisa. Mas de vez em quando, eu consigo e hoje foi um desses dias. Sabe aquelas pessoas que dão aquela zapiada e acabam sempre assistindo filmes repetidos? Sou dessas! Mas vou tentar vencer um pouco esta preguiça e assistir a filmes inéditos.

Então vamos lá!

Piaces of Woman (EUA,2020) é um filme dirigido por  Kornél Mundruczó e protagonizado por Vanessa Kirby. Para quem assistiu a série The Crown,ela foi a princesa rebelde Margareth. Demorei um tempo até reconhecê-la,já que está com os cabelos loiros. Mas enfim, ela está lá.

Vamos ao roteiro: Martha e Sean é um jovem casal a espera de sua primeira filha e decidem pelo parto em casa. Porém no dia tão esperado, a doula que os acompanhou durante a gestação não pôde ir,já que está acompanhando outro parto e envia outra pessoa. Após muita contração e muita dor (que confesso , foi difícil assistir), a criança acaba nascendo e vivendo poucos minutos devido a um sofrimento fetal.O filme mostra a dolorosa experiência do casal em vivenciar o luto, sobretudo, Martha, que se sente culpada e julgada pela escolha de ter a filha em casa e não em um hospital, onde possivelmente sua filha teria mais condições de sobreviver.

Não quero entrar aqui no mérido da escolha dela pois já deixei bem claro no blog a minha opinião a respeito de parto em casa e doulas. O fato de eu não ter gostado do filme não tem a ver com isto. O que me incomodou foi o que apesar de sentir empatia pela protagonista ( e como não sentir a dor de uma mãe que perde um filho?) eu não consigo me interessar pelo desenrolar da trama. Em certos momentos, de tão arrastada ,vale aquela acelerada básica no controle remoto. O foco excessivo na mãe,que acontece em filmes que falam sobre morte de crianças, é recorrente aqui. O pai fica ali sempre como aquela figura que tenta retomar a vida “normal” e isto para ele se resume a fazer a mulher a voltar a se interessar sexualmente por ele. Vale inclusive casos de infidelidade conjugal para ambos os lados.

Há algum tempo atrás, um conhecido meu que perdeu sua filhinha recém nascida prematura extrema, publicou um texto no Facebook relatando como o luto de um pai,embora com menos holofote, dói da mesma forma. Ele fala que cabe ao pai desmontar o bercinho do filho morto, que cabe ao pai dar forças para a mãe quando por dentro ele está despedaçado. Em Piaces Of Woman, este aspecto é pouco explorado, bastando mostrar o distanciamento entre eles,que acontece sim nestes casos, mas não se resume a isto. O pai inclusive não participa do momento em que as cinzas da pequena Yvette são jogadas no mar. Mesmo que cada pessoa tenha uma forma de reagir a uma situação tão extrema , a frieza da protagonista me incomodou bastante a ponto de eu sentir um certo rancinho dela.

O que vale neste filme para mim é colocar em debate a discussão a respeito a respeito do parto e até que ponto a vontade e até mesmo o direito de escolha da mulher pode ser maior que a segurança do bebê que está por vir. O final do filme (não vou dar spoiller) é decepcionante para mim e serve para tirar definitivamente da minha lista de filmes que um dia assistirei novamente.

Mas fica a dia! Se você assistir,venha contar paara a gente o que achou.

Ficha Técnica:

Filme: Piaces Of Woman (EUA,2020)

Duração: 2 horas e 8 minutos

Onde Assistir: Netflix

Filhos entediados.

Observo minha filha de cinco anos durante esta quarentena eu me pergunto: De onde vem tanto tédio? Vez ou outra ela vem atrás de mim dizendo que não tem nada para fazer.

Como não?

E os brinquedos aos montes no quarto? E os canais de Streaming e o You Tube? E o seu irmão? Dá para fazer tanta coisa minha filha!Mas ela continua lá,inerte reclamando de tudo.

Assistindo a um vídeo do canal Ana Desidério, eu refleti bastante sobre o porquê as crianças desta geração tem dificuldade em brincar e se empolgar com as brincadeira e ficar ali durante horas que nem a minha geração por exemplo. Porque estes meninos e meninas que possuem tantas opções para se divertirem,acabam não brincando com nada.

No vídeo em questão, a Ana falava extamente sobre a quantidade de coisas que as crianças possuem ou que oferecemos a elas para evitar que se frustrem. Ela cita o celular ou o tablet que está sempre ali a postos para controlar birras na cadeirinha do carro, ou a chupeta ou o biscoitinho que levamos para a ida ao pediatra. Vai que demora né. E assim criamos filhos que não sabem esperar, que não sabem se frustrar e que terão sempre por perto uma oportunidade de se sentirem confortáveis. Ela chama atenção também para o fato de que cada dia mais estamos proibindo nossas crianças de chorarem com este conforto instantâneo que depois se volta contra nós.
E se eu esquecer a chupeta? E se eu esquecer a mamadeira, o paninho de dormir, aquele brinquedo, o suquinho, o biscoito? E se a internet acabar?

Com esta quarentena ficou ainda mais evidente que não sabemos muitas vezes como lidar com uma geração totalmente digital, que já nasceu com a rapidez da internet e que não está acostumada a esperar por nada.


Está frio? Microondas esquenta.

Brinquedo quebrou? ?Compra outro pela internet.

Vontade de comer bolo? Compra na padaria

Gás acabou? Pede um IFood

Não tem escola presencial? Aula Online

E assim vamos criando uma geração entediada e apressada que não sabe vivenciar as pequenas coisas do cotidiano.

Ações para 2021

Estou há alguns dias (espero) do meu 39º aniversário e estive pensando em ações que pretendo fazer ao longo dos meus últimos 365 dias na casa dos trinta. Nada mirabolante embora confesso que me senti tentada a fazer a famosa lista das 40 coisas para fazer antes dos 40. Mas levando em consideração a quarentena e dois filhos pequenos para administrar, é melhor eu me atentar nas coisas possíveis. Então vamos la:

Não aceitar os “gurus” com resposta para tudo na minha vida- A internet é maravilhosa para conhecer pessoas diferentes e saber mais sobre diversos assuntos mas eu tenho tomado um cuidado para não fazer da vida do outro uma regra para minha vida. Apesar de achar as dicas da Marie Kondo muito legais como já falei acima, eu vou reter o que é bom para mim,o que dá para fazer de acordo com a minha realidade e não vou sofrer se algo não sair exatamente como está no livro. E esta regra também se aplica a outras áreas da minha vida,principalmente a maternidade. Vejo que muitas pessoas querem seguir as “Flávias Calinas” da vida, mas eu penso que cada uma deve fazer aquilo que for melhor para seu filho. Não é que mãe sempre sabe de tudo mas no fundo temos aquele sexto sentido que quase não falha.

Destralhar: Há alguns anos eu li o livro da Marie Kondo que é especialista em organização da casa e um dos primeiros ítens falava sobre destralhe. Coloque para fora de casa aquilo que não é útil para você. Doe aquilo que ainda pode ser usado e o lixo você descarta. Lembro que fiquei assustada (e ainda fico) com a quantidade de coisas inúteis que vamos acumulando ao longo da vida. Objetos que vamos comprando e que não servem para absolutamente nada além de ocupar espaço e entulhar a sua casa. Aqui no nosso apartamento um dos ítens que mais acumula é papel. Desde aquele desenho fofo feito pelos filhos até revistas velhas (vai que um dia eu precise para recortar alguma coisa para aquela atividade dos filhos né). O fato é que as escolas ainda são muito presas ao papel e todos os dias nossas crianças recebem milhares deles pelo mundo. Parece que se não escreveu no papel,não aprendeu. Tenho me policiado para não dar uma folha para meus filhos desenharem ou rabiscarem a cada momento de tédio deles para distraí-los quando preciso fazer alguma coisa e eles estão lá gritando na minha cabeça. Agora eu vou sempre pensar que aquilo será mais coisa acumulada para depois ir para a lixeira.

Menos brinquedos e mais experiências para meus filhos. No nosso apartamento de três quartos, um deles é dedicado a guardar os brinquedos das crianças. É tanta coisa que ás vezes eu fico perdida. Eles ganham muitos briquedos dos avó e tios mas muita coisa ali acumulada foi comprada naquela ida ao shopping sem pensar e para evitar aquela pirraça histórica.

“Compra! Só para ele (a) ficar quieto”.

Confesso que já fiz muito isto e assim a quantidade de brinquedos no quarto (e fora dele) foi crescendo e posso dizer que as crianças não brincam nem com 20 % do que possuem. Em 2021 eu quero sim presentear meus filhos porém em datas especiais (aniversário,dia das crianças e natal). Quero mais livros, mais jogos de tabuleiro… Enfim… Ficou evidente para mim que eles possuem muito mais brinquedos do que realmente precisam e para um mãe que já foi extremamente consumista,isto já é um grande avanço.

Voltar ao mercado de trabalho- Eu já falei muitas vezes disto aqui porém este ano tem um significado especial. Concluí minha graduação em Pedagogia e estou com muita vontade de começar a trabalhar na área que eu escolhi para a vida. Definitivamente eu nasci para ser professora, rsrsrs. Apesar da pandemia eu tenho fé que logo estarei no mercado novamente. Enquanto as escolas não reabrem, vou estagiando com uma aluna muito especial: minha filha Helena que completa seis anos em março e vai começar a ser alfabetizada.

Fazer minha pós graduação em Alfabetização e Letramento- Está aí uma área que eu disse que nunca ia trabalhar na Pedagogia. Veio o estágio e eu estou como? Apaixonada por Alfabetização. hahahahahahaha

Colocar minhas séries em dia (hehehehe)- Pensa em uma pessoa que começa a assistir várias séries e não termina nehuma?! Maratonas, aí vou eu!

Não ser escravizada pela maternidade- Nesses últimos seis anos eu vivi integralmente para meus filhos. Este ano eu pretendo trazer de volta a Raquel mulher, profissional, Ser Humano,rsrsrsrs. Claro que não igual a de antes. Em uma versão melhorada, mais autruísta e corajosa. Acredito que a maternidade me trouxe estas e outras qualidades. E acredito que apesar de amar meus filhos mais do que a minha própria vida, eu preciso estar bem para eles estarem melhor. E acredito que dá sim para ser uma boa mãe e continuar vivendo para si também. Muito da minha escravidão materna se deve justamente a estas “gurus” da maternidade que encontramos nas redes sociais. Estão sempre bonitas (sem olheiras), não gritam com os filhos e fazem da maternidade um sacerdócio. Porém eu sempre me pergunto onde elas arranjam tempo para publicar tanto conteúdo,tirar tantas fotos perfeitas e editar tantos vídeos. Nem se eu fosse um robô,hahahaha

Estas são algumas das minhas ações para 2021. E vocês? ♥♥♥

Gratidão

Deus me perdoe!

Me perdoe por estar tão cansada. O cansaço nos impede de ser gratos e nos preocuparmos com o que verdadeiramente importa.

Me perdoe por me irritar com os farelos de biscoito espalhados pela casa e não agradecer o fato de que se tem farelo no chão,é porque tem biscoito e criança em casa.

Me perdoe por reclamar das vasilhas sujas para lavar e esquecer de que somos abençoados por ter o que comer.

Me perdoe por não agradecer o privilégio de ficar com meus filhos em casa enquanto tantas mães não tem a mesma oportunidade.

Deus,me perdoe por reclamar tanto quando na verdade eu deveria agradecer.

A verdade é que me sentindo sufocada pelas tarefas diárias eu não consigo contemplar a beleza de tudo que tenho, de tudo que o Senhor me deu nestes 38 anos de vida.

Deus me ajude a ser grata e a olhar as conquistas com mais amor e os obstáculos com mais coragem.

Que eu consiga receber este novo ano com mais gratidão e resiliência!

♥♥

Metas de final de ano. Quem nunca?

Metas de final de ano. Quem nunca?

Faz muito tempo que eu não estabeleço metas para a virada do ano. Já fiz muito isto. Emagrecer, conhecer o príncipe encantado, casar, ter filhos, estudar mais… Enfim, estabelecer objetivos nesta época do ano é bastante comum. Parece que algo mágico acontece e ficamos mais fortes para eliminar de uma vez por todas a nossa procrastinação anual ou de uma vida inteira.

Daqui a um mês, se Deus permitir eu completo 39 anos (senhor!) e ficarei bem perto de mudar mais uma década. Pensando em quem eu era aos 10,20 e 30 anos, percebo que cada fase teve as suas alegrias e decepções. Claro que aos 10,muito mais alegrias,porém, ainda que mínimas, algumas decepções. Aos 20 eu estava no frescor da juventude e isto ajuda muito,apesar dos contratempos. Muitos sonhos e planos e uma vida inteira para alcança-los. Aos 30,eu já sentia o peso de não ser a mulher tão bem resolvida e bem sucedida quanto as pessoas julgavam que eu deveria ser. Eu estava naquele desespero biológico de casar e ter filhos.Hoje,perto dos 40 eu percebo que eu tinha muito tempo ainda e não precisava de tanta pressa. Depois de quase dez anos eu estou me formando em minha segunda graduação (Pedagogia) e tenho minha família (meus dois serumaninhos amados).

Sinto que minhas metas agora dependem muito mais de mim do que de outras pessoas e que ao contrário de dez anos atrás eu não tenho mais pressa para quase nada. Pelo contrário,estou desacelerando. Quero viver as coisas simples da vida que nesta quarentena se mostraram ainda mais valiosas ( cuidar das minhas plantinhas com amor ou assistir minhas séries e filmes preferidos ,por exemplo). Quero voltar a trabalhar fora,porém apenas meio horário. Se sobrevivi há cinco anos sem emprego formal,não é agora que eu vou me enfiar em uma empresa o dia todo e ficar longe dos meus filhos só para ganhar um pouco mais. Hoje tenho absoluta certeza de que ou é para viver de Pedagogia ou nada. Não dá para ter mais um diploma engavetado, não é mesmo ?

Porém a minha maior meta para 2021 é sem dúvida evitar a toxidade na minha vida (lugares,pessoas e até mesmo a minha). Se não está me fazendo bem eu não vou, eu não convivo, eu não aceito. Acredito que aos 39 anos eu posso me dar este luxo. Para começo de conversa eu aboli desde o final do ano passado as redes sociais da minha vida. Na verdade eu até tentei fazer um Instragran profissional, mas mesmo este estava me estressando com aquela obrigação de produzir um conteúdo para ganhar likes. Então, eu saí vazada. Não excluí minhas redes, elas continuam lá… só que no limbo do esquecimento. Quando decidi não entrar mais nas redes sociais ,eu pensei assim: Se sentir falta, depois de um ano eu volto. Não senti. Pelo contrário… Me senti aliviada e mais feliz.

Para 2021 eu quero vida real, amigos reais, alegrias e conquistas reais. Descobri que sou definitivamente um ser analógico,apesar de transitar no digital com facilidade. Mas o que eu gosto mesmo é de estar com quem eu gosto de verdade e isto não é possível através de uma tela…

3.9 aí vou eu…

♥♥





Precisamos falar sobre as crianças e o You Tube

Olá!

Faz muito,muito tempo que não escrevo nada aqui. Como vão vocês? Enlouquecendo com as crianças em casa o dia todo durante a pandemia ou seguem plenas?

Bom,se você respondeu a primeira opção,estamos juntas amiga. Mas tudo isto vai passar. Esperamos.

Hoje eu vim aqui falar de um assunto que está bombando nos top trends da vida: o caso da you tuber Bel e seus pais supostamente abusadores emocionais. Para você que não sabe quem é Bel e muito menos está inteirado do caso,uma rápida explicação:

Bel é uma menina de 13 anos que desde os seis,tem um canal no You Tuber em que ela, os pais e a irmã mais nova, de uns 4 anos fazem vídeos com vlogs da rotina, desafios (alguns bem bizarros) e todas aquelas coisas que esses canais já mostram todos os dias.

Acontece que o público começou a questionar as atitudes da mãe da garota (o api, como sempre se safa) alegando que ela é abusiva, pois além de submeter a adolescente a situações vexatórias desde criança, também a impede de crescer, a deixando sempre na posição de criança, mesmo já tendo 13 anos.

Não quero aqui condenar ou absolver ninguém,até porque as entidades competentes farão este papel (mesmo a internet já ter dado o veredito). O que quero refletir aqui é que o caso Bel é somente a ponta do iceberg desse terreno sem lei chamado: crianças no You Tube. O que a princípio era diversão,muitos fazem hoje sua profissão e ganham dinheiro (e muito dinheiro) expondo seus serumaninhos sem dó e piedade. E tem de tudo: criança vomitando após comer uma mistureba preparada pela mãe, criança sendo gravada chorando enquanto toma vacina, criança sendo gravada doente, internada em hospital, primeiro dia de aula, enfim… Tem de tudo um pouco. E enquanto isto,os pais estão ali gravando e pedindo likes !

Não sejamos hipócritas. Essas pessoas fazem isto por dinheiro sim! E estas crianças estão trabalhando sim! Mesmo que seja proibido a uma criança ou adolescente exercer qualquer atividade profissional, salvo em caso de aprendiz e a partir dos 14 anos. Aliás, essa sempre foi uma questão em relação as crianças que trabalhavam na TV apresentando programas ou atuando em novelas. Tanto que atualmente elas estão cada vez mais sumidas de la´. As emissoras estão evitando ao máximo problemas com a justiça.

E toda a loucura da superexposição das crianças na TV durante as décadas passadas foi transferidas para o You Tube e tendo a chancela dos próprios pais. Se antes, elas tinham empresários,hoje os seus genitores é quem fazem tudo,abocanhando uma generosa fatia do dinheiro que elas ganham do You Tube. Para saber quanto ganham esses canais,basta dar uma passadinha no site Social Blade. Você ficará espantado com a quantidade de dinheiro que esse povo embolsa.

Clique Aqui 

A violência que essas crianças sofrem é disfarçada de brincadeira, do discurso de que fazem porque gostam, porque querem. O fato é que elas estão ali exercendo um trabalho e portanto,seus pais estão cometendo um crime. Toda a discussão em torno do assédio psicológico que elas sofrem é absolutamente válido porém isto é mais um detalhe dessa prática leviana imposta pelos pais, que fazem de seus filhos, os provedores da casa. Para mim,segue aquela máxima sempre: Criança não trabalha. Criança dá trabalho ( e muito por sinal).

Cabe as autoridades competentes proibir este tipo de prática e excluir definitivamente todos os canais infantis do You Tube. Estou sendo radical? Talvez. Porém quando se trata de proteger uma criança, para mim não existe meio termo!

♥♥

 

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♥♥

 

 

Doce Esther

Olá!

Estes eu estou fazendo um teste de como será meu retorno ao trabalho. Comecei meu estágio obrigatório em uma escola particular  perto da minha casa. Inicialmente eu pensei em fazer em uma escola pública para ter uma experiência diferente, cheguei até a ir em uma, mas diante da recepção pouco simpática por parte da direção, resolvi continuar na escola em que eu já havia feito estágio em 2018.

Desta vez estou em uma sala de segundo ano, com crianças entre sete e oito anos de idade. As crianças são basicamente as mesmas com quem eu convivi semestre passado e uma delas me chamou atenção desde o primeiro dia: Esther.

Esther é uma menina linda, de cabelos lisos e negros (agora mais curtos), bem alta ( acho que a mais alta da sala). Ano passado já no primeiro dia ela se destacou entre os demais para mim ao vê-la chorando dizendo que queria a mãe. As crianças estavam em uma quadra onde acontecia um evento com os mascotes de dois times aqui de BH. Eu quis logo acolher a menina. Grávida na época, super sensível, pensei logo na minha filha que deixara em casa. Fui logo abraçando e tentando de alguma forma acolher aquela menina. Porém, diante da reação da professora, que a repreendeu, dizendo que ela já era grande e que não havia motivo para chorar, eu fiquei mais na minha.Esther definitivamente tinha sérios problemas em acompanhar a turma. Ela não conseguia fazer as tarefas a tempo,estava sempre atrasada e eu estava lá para ajudar.

Em 2019 retorno a sala para um novo estágio e eis que me encontro novamente com ela chegando atrasada e já falando que ela estava com um penteado diferente. Fico feliz em ver que ela progrediu na escrita e que já não tem tantas dificuldades. Porém,meu entusiasmo é interrompido ao ver que as outras crianças não gostam de Esther. Ela é ignorada, não é escolhida para o time na hora da educação física. Fica ali, parada, sozinha na fila, já que todos os outros foram escolhidos. Nunca tem dupla, nunca tem grupo. Aquilo é uma facada no meu coração.

-Como crianças podem ser tão más? Eu penso.

Em um determinado momento,não aguento e pergunto para outra menina porque ninguém escolhe a Esther e ela me responde:

Porque todo mundo acha ela chata!

Na verdade, o que as crianças chamam de chatice, eu investido e fico sabendo que a menina já está na terapia e que tem “um pequeno atraso” segundo a professora, que a chama de bebezona.

Talvez seja minha empolgação de quase professora que quer mudar o mundo, mas eu não consigo ficar inerte diante de uma situação dessas. Fosse eu já teria trabalhado isto com a turma, movido céus e terra para que Esther não fique mais sozinha e não sobre na hora da escolha do time.

O problema é que meu estágio já está acabando e eu não tenho autonomia e tempo para fazer muita coisa. Mas que eu vou tentar ajudar a Esther, ah isto eu vou…

De qualquer forma, no meu coração ela já é a minha preferida. Eu escolho você doce Esther.

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Meus Serumaninhos ♥♥

Olá!

Mais uma vez inicio este post com o tradicional: Faz muito tempo que não apareço aqui, rsrsrs.

A vida está muito,muito corrida. Agora sou mãe de dois serumaninhos: Helena, que já é conhecida aqui e João, que aos poucos vocês vão conhececendo! Confesso que tenho me sentido exausta dos pés a cabeça, principalmente a cabeça! hehehe Incrível como 4 anos entre um filho e outro fazem diferença. Já tinha perdido o costume de algumas coisas. Porém percebi que ainda sei fazer tudo (ainda bem). E agora eu sou bem menos exigente comigo.Não sinto tanta culpa,não sou tão neurótica! Me tornei uma mãe mais zen!

Poém só para o João! Para a Helena eu continuo a mesma super protetora de sempre! Não é uma questão de amar um mais que o outro. Eu amo meus dois serumaninhos da mesma forma, mas é que o segundo filho me trouxe menos cargas de culpas e medos nas costas. E meu menino é assim, risonho que só ele!Apaixonado pela irmã, que se mostrou uma cuidadora exemplar. Nessas horas que eu percebo que apesar de todo cansaço eu fiz a melhor escolha, eu dei o melhor presente que você pode dar a um filho:

Um irmão! ♥♥

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Perfeita não é a mãe!

Olá!

Finalmente encontro um tempo (na verdade,tenho muitas outras coisas para fazer), mas eu precisava falar, ou melhor, escrever.

Mãe de um recém nascido e de uma menina de quatro anos, tempo é algo que definitivamente ficou escasso para mim. Só esta semana consegui fazer as unhas (só as do pé) depois de quase dois meses (a última vez foi para ir para a maternidade), os cabelos eu não lavo há duas semanas. Este foi hoje inclusive motivo de discussão aqui em casa,já que meu marido mais uma vez me deixou para escanteio na tarefa de olhar as crianças para eu conseguir dar um jeito nas madeixas hiper cacheadas e fazer aquela escova básica em casa mesmo.

E então em minhas andanças pelas redes sociais (sim,eu uso muito o celular , me julguem!). Meu marido aliás me disse  que eu fico o dia inteiro no celular. Então tá! Quem será que olhou seus filhos então? Deu banho, deu mamadeira, fez a comida,lavou a roupa, ninou nas crises de cólica, trocou a fralda, deu o remédio… Ah sim,deve ter sido algum ser invisível que apareceu aqui.

Mas continuando…

Em minhas andanças pelas redes sociais me deparo com a notícia de que a “irmã de Zezé di Camargo”, escrito assim mesmo  sem o nome da moça, que aliás é Luciele,havia feito um desabafo na internet sobre as intermináveis horas em que se dedicou aos filhos e a casa e que não havia feito nada para ela o dia todo. Quem nunca?

Pois bem, fui ler os comentários (viciada que sou) e alguns me deixaram  de cabelo em pé. A mulher chamava a geração de mães de hoje de egoísta, que não há nada melhor do que ver os filhos felizes (isto eu concordo), e que a mãe deve se doar totalmente aos filhos, que nos dão um amor incondicional e blá, blá, blá..

Outra soltava o clássico : Porque teve filhos então?

Gente! Para!

Onde está escrita essa lei de que mãe não é ser humano? De que não temos o direito de estarmos cansadas e sobrecarregadas? Que queremos sim ter um momento para nós, que queremos lavar os cabelos, fazer as unhas, assistir nossas séries e novelas preferidas, ficar no celular ou simplesmente não fazer nada? Me digam!Não é porque a gente não tem tempo para fazer isto, que não queremos fazer. É aquela máxima: Uma mãe cansada, não está cansada de ser mãe!

Mas cadê que a gente pode reclamar? Cadê que a gente pode desejar? A nós é dado apenas o direito de se mostrar plena 24 horas por dia, mesmo estando gritando de desespero por dentro. Desespero de quem ficou a madrugada sem dormir, de quem está cansada de receber críticas, de quem trabalhou o dia todo sem parar e ao final do dia quando pega o celular um pouquinho tem que ouvir o hino:

Cansada de quê?

É por estas e outras que eu digo não a maternidade “Revista Caras”. Eu deixo filho no celular sim para ter um pouco de sossego, eu desisti de amamentar sim, quando vi que não ia para frente, eu dei mamadeira, eu pedi cesárea por não querer sofrer no parto, eu dou miojo quando estou com preguiça de cozinhar sim, eu esqueço a hora do remédio, eu acho um saco ficar brincando de casinha, eu surto,eu grito!

E nada! Nada disto me faz amar menos meus filhos . Não sou a melhor mãe,mas sou exatamente a mãe que eles precisam que eu seja. É para o meu colo que eles vão correr sempre e não para o de quem me critica!

Por hoje eu só quero menos julgamento e mais empatia.

♥♥

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O novo integrante da Família

Há 25 dias recebemos em nossa casa um novo integrante. Ele chegou de forma tranquila, em um domingo de manhã. Tudo planejado,aguardado, metodicamente preparado. Chorando forte, fazendo xixi na pediatra e com um excelente apgar.

Assim chegou João Pedro pelas mãos do Dr. Cláudio Miranda,um verdadeiro anjo na minha vida! Gratidão eterna!

E  nossa família se transformou,nossa rotina… Helena agora é irmã mais velha e eu sou mãe de dois, mãe de menina e de menino.

Um turbilhão de sentimentos ainda está aqui, por muitas vezes me deixando louca e melancólica! Na hora da correria, de ter que atender os dois, de tentar administrar tudo ao mesmo tempo. E ainda tem o marido,renegado a segundo,terceiro plano.

Muitas vezes eu me acho corajosa,outras vezes,louca e sempre muito,muito agradecida!

Só peço a Deus que sempre proteja meus serumaninhos e que apesar dos meus muitos erros, eu consiga acertar também. E que em meio aos gritos, falta de paciência, crises de choro,nunca nos falte amor!

♥♥

 

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