Vamos falar sobre parto e sofrimento fetal?

Eu já tinha ouvido falar em sofrimento fetal, mas nunca pensei que fosse passar por isto. Tive uma gravidez tranquila, praticamente não enjoei, exames normais, tudo caminhando para um parto sem intercorrências. Porém na reta final eu comecei a sentir muitas dores na barriga. Não tive sorte com obstetras (vou falar sobre isto aqui). Troquei três vezes de médica e o máximo que elas faziam era olhar os exames e dizer que estava tudo bem. Quando perguntei a médica como saberia que era hora de ir para a maternidade, ela me respondeu: ” Quando você ver um líquido escorrendo nas suas pernas, você vai”. (Oi???).

Na semana em que minha filha nasceu, eu estava sentindo muita dor ao caminhar. Liguei para ela, a secretária atendeu e disse que ela me retornaria. Estou esperando até hoje. Na quinta feira, fomos pra maternidade para eu relatar o que estava sentindo. Minha pressão estava um pouco alterada e tudo que o médico me disse foi: “Você não está tendo contração. Está com uma carinha muito boa para quem está tendo contração”. (Como assim gente?)

Sábado de madrugada minha bolsa rompe, eu estava com 40 semanas e dois dias. Corremos para a maternidade. Depois de 8 horas de parto induzido e muita dor, eu comecei a gritar de desespero. Enfim me levaram para a sala de  cirurgia e fizeram uma cesária de emergência porque os batimentos cardíacos da Helena estavam caindo. Resultado: minha filha teve sofrimento fetal agudo, ou seja, estava sendo asfixiada dentro da minha barriga e por pouco, muito pouco algo mais grave aconteceu. Graças a Deus ela não teve nenhuma sequela, mas ficou internada onze dias. Hoje tenho a absoluta certeza de que os médicos foram negligentes e que uma cesária de imediato teria evitado tudo aquilo.Não tenho dúvidas de que foi causado por tentarem induzir o parto e me injetarem a tal da ocitocina, um hormônio para acelerar as contrações. Uma das causas do sofrimento fetal são as alterações nas contrações uterinas.

Passado um ano e meio, eu dou graças a Deus pela vida da minha filha! Agradeço a equipe médica e enfermeiros que cuidaram dela nos dias de internação e também os médicos que interviram no meu parto. Mas fica uma mágoa de saber que todo sofrimento poderia ter sido evitado e os traumas psicológicos também.

Aprendi com tudo isto que um bom obstetra deve ser prioridade e que o tipo de parto deve ser discutido com ele desde a primeira consulta. E parto induzido nunca mais, é uma violência para a mulher e principalmente para o bebê.

Só para constar: Meu parto foi feito na Maternidade Unimed Grajaú em BH.

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